A partir de hoje, vamos iniciar uma série de mais de dez artigos que falam sobre “as raízes da arquitetura do presente”. Chamo de “presente” porque o termo “contemporânea” pode abranger um período de tempo indefinido.
Neste primeiro artigo, começaremos mostrando 5 pontos da arquitetura moderna, que abrange o modernismo, o pós-modernismo e as estéticas que surgiram na década de 1970.
Indiscutivelmente, o arquiteto suíço radicado na França Le Corbusier é o nome mais conhecido da arquitetura mundial e a grande referência da arquitetura e urbanismo modernos.
Na realidade, Le Corbusier é um pseudônimo de Charles-Edouard Jeanneret-Gris. Ele nasceu em 6 de outubro de 1887, na cidade de La Chaux-de-Fonds, na Suíça. O arquiteto faleceu aos 77 anos, em 27 de agosto de 1965, na cidade de Roquebrune-Cap-Martin, na França.
Ele não chegou a ter uma educação formal em arquitetura. O seu conhecimento foi adquirido por meio de várias viagens. Os principais locais onde pode ter um contato maior com a arquitetura foram na Itália e na Alemanha. Nesses países, Le Corbusier chegou a conhecer Peter Behrens, Mies van der Rohe e Walter Gropius, representantes da Deutsche Werkbund e igualmente ícones do modernismo.
Le Corbusier viajou ainda pelo leste europeu, Turquia, Grécia, norte da Europa e Espanha. Provavelmente, todos esses lugares o influenciou no estabelecimento dos chamados 5 pontos da arquitetura moderna.
Também é evidente em seus projetos a opção pelo purismo formal e pela monocromia.
O livro “Vers une architecture”, que em a tradução literal para o português significa “Por uma arquitetura”, é o grande manifesto da nova arquitetura, do funcionalismo e da visão futurista do mestre. Juntamente com Bauhaus, Le Corbusier revolucionou a maneira de pensar a arquitetura.
Menosprezando as características locais, defendeu a máquina de morar e trabalhar. Assim, transformou a arquitetura naquilo que mais tarde ficou conhecido como “international style”.
Essa abordagem também se observa na escala urbana, privilegiando o uso do automóvel e a criação de grandes quadras ocupadas por blocos de edifícios. Um bom exemplo desse modelo de arquitetura é a cidade de Brasília.
Outro marco da criação de Le Corbusier são as Unités d’Habitation (unidades de habitação), também conhecidas por Cité Radieuse (cidade radiosa). Nesse tipo de construção, o arquiteto buscou implantar em um único edifício de imensas proporções e grande número de unidades (ou células) a dinâmica da vida urbana.
Nestes projetos emprega o Modulor, um sistema de relações métricas baseados na distância dos membros do corpo humano de um indivíduo considerado “universal”.
Além disso, mobiliário, equipamentos, esquadrias e outros elementos construtivos foram desenhados para uma habitação “ideal”, racional e eficiente. Ou seja, um novo modo de vida para uma nova época.
As Unités d’Habitation e a famosa residência Ville Savoye exemplificam claramente os 5 pontos da arquitetura moderna. Conheça cada um deles:
O uso de pilotis eleva a construção. Assim, o pavimento térreo é liberado. Nessa área, é possível construir espaços de estacionamento de automóveis, liberar o trânsito de pedestres pelas quadras ou fazer uma comunicação com parques, por exemplo.
O avanço tecnológico permitiu o uso de concreto armado nas construções. Assim, foi possível construir nas coberturas dos prédios espaços de lazer e de convívio dos moradores.
Na maioria desses espaços, vemos um tratamento paisagístico. Esse paisagismo busca recuperar um pouco da área verde tomada do lote urbano pela edificação.
Um dos 5 pontos da arquitetura moderna é a planta livre. Essa nova concepção estrutural da qual fazem parte lajes formadas por grelhas ortogonais viabiliza a amplitude, a livre organização e flexibilização das plantas.
Em muitos casos, são utilizadas divisórias simples ou mobiliários para realizar a divisão dos cômodos. Isso permite que os espaços do apartamento sejam integrados.
Os pilares recuados da fachada tornam possível que esta possa ser concebida livremente, sem que as aberturas estejam atreladas à estrutura. Quaisquer ornamentos deverão ser abolidos.
O último dos 5 pontos da arquitetura moderna é a janela fita. Essa estrutura é projetada para ocupar de um ponto a outro da fachada. Seu objetivo é permitir a maior insolação e ventilação dos ambientes.
Le Corbusier também colocou o Brasil em sua rota de viagens. Em 1936, o arquiteto esteve em terras tupiniquins e assessorou na concepção do projeto de construção do Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O prédio ficou conhecido como MEC por já ter sido sede do Ministério da Educação.
Neste projeto, o arquiteto trabalhou junto com os brasileiros Lúcio Costa, Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcelos, Jorge Moreira, o então estagiário Oscar Niemeyer e o paisagista Roberto Burle Marx.
Apesar das críticas ao rigor dos 5 pontos da arquitetura moderna, principalmente nas décadas de 1960 e 70, todos eles são largamente utilizados hoje.
Vemos frequentemente o uso de pilotes como elemento de circulação e integração urbana. Também temos em muitos prédios a estrutura de planta livre, que permite o arranjo ilimitado dos espaços. Composições diversas são feitas por meio da fachada livre.
Já o terraço jardim e as janelas fita assumiram renovada importância frente às questões econômicas e ambientais.
E você? O que pensa dos 5 pontos de Le Corbusier? Deixe nos comentários sua opinião. E se quiser trocar mais sobre arquitetura, faça parte do Archademy.
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